A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) integra o BluWine, um projeto internacional que reúne oito países e pretende abranger toda a cadeia de produção do vinho através de uma abordagem baseada na Economia Azul.
No âmbito do projeto, a vinha, o processo de vinificação, a adega e os seus resíduos serão interligados e fortalecidos como parte de uma estratégia sustentável.
Com um forte foco no respeito ambiental e na sustentabilidade, o BluWine será um esforço coletivo para impulsionar a inovação na viticultura, na produção de vinho, nas operações de adega e na gestão de resíduos. As iniciativas incluem o aumento da resistência das uvas, o controlo do teor de etanol no vinho, a recuperação de dióxido de carbono, a otimização do uso de água e a reciclagem do bagaço de uva – sendo nestes dois últimos temas que a UTAD terá uma participação mais ativa.
“A indústria do vinho é um setor importante contribuindo para as economias de muitos países, especialmente na Europa, que tem uma longa história de produção de vinho, bem como nos países emergentes produtores de vinho em regiões de África, Ásia, América do Sul e Oceânia. Numa perspetiva global, a colaboração das forças produtivas dos diferentes países pode ser mutuamente benéfica”, informou o responsável do projeto na UTAD, José Alcides Peres.
O projeto irá avaliar tanto os impactos económicos como os ambientais, conduzindo a uma análise abrangente das barreiras e dos fatores socioeconómicos que condicionam uma implementação bem-sucedida. O objetivo final é garantir o controlo e a manutenção da qualidade do vinho, através da criação de uma nova rede dedicada à aplicação da Economia Azul na indústria vitivinícola. Esta rede será apoiada por um programa estratégico de intercâmbio de pessoas, reunindo investigadores juniores e seniores com conhecimentos relevantes para o projeto BluWine. Através deste intercâmbio, as competências e conhecimentos serão partilhados pelo consórcio. O projeto proporcionará formação num contexto internacional, reforçando ainda mais as competências e experiência dos participantes.
O projeto, com a duração de quatro anos, tem como parceiros internacionais: Universita degli studi di Milano e Università degli studi di Torino (Itália); Association Groupe ESA (França); Geisenheim University (Alemanha); Instituto de Investigaciones Agropecuarias (Chile); Botswana International University of Science & Technology (Botsuana); Stellenbosch University (África do Sul) e University of Adelaide (Austrália).
Na academia transmontana, os docentes e investigadores que incorporam o projeto são José Alcides Peres (membro responsável na UTAD), Marco Lucas, Ana Barros, Ana Sampaio e Irene Gouvinhas.