UTAD arranca ano letivo com duas novas licenciaturas

As licenciaturas em Ciências Biomédicas e em Cultura e Transformação Digital, que vão funcionar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), estreiam-se no próximo Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior (CNAES). Com estas novas ofertas, são 37 as opções de primeiro ciclo disponíveis na academia transmontana.

De acordo com o reitor da instituição, Emídio Gomes, este “é mais um passo na reestruturação da oferta formativa da UTAD de acordo com o plano estratégico aprovado para o mandato 2021-25”.

A nova licenciatura em Ciências Biomédicas vem consolidar a aposta da UTAD no conceito “Uma Só Saúde”. Com um plano de estudos assente nas várias subáreas da Biologia, da Bioquímica e das Ciências da Vida (como a Genética, a Microbiologia, a Imunologia, a Embriologia, a Histologia, a Anatomia e a Fisiologia, entre outras), os futuros estudantes vão ser capazes de responder aos principais desafios científico-tecnológicos numa perspetiva holística “molécula-célula-sistema-organismo”, abarcando as diferentes etapas da prevenção da saúde, à deteção de patologias e respetivo tratamento. Este curso oferece ainda uma componente prática que permitirá contactar com a investigação mais recente nas Ciências Biomédicas.

Para Emídio Gomes a falta de “uma licenciatura na área da saúde era uma lacuna” da universidade transmontana que agora é colmatada.

[caption id="attachment_34852" align="alignleft" width="300"] Emídio Gomes, Reitor da UTAD[/caption]

“Havia uma lacuna na área das Ciências da Saúde. Já deveria ter sido criada há vários anos uma licenciatura de base das Ciências Biomédicas até porque, como se sabe, queremos evoluir para a formação na área das Ciências Médicas. Uma coisa completa a outra e é bom alargarmos a nossa base de conhecimento.

É uma questão de tempo e paciência para a UTAD ter medicina, tendo ainda que corrigir um ou outro detalhe que nos está a ser solicitado. Estamos a trabalhar serenamente disso, está completamente ao nosso alcance. Portanto, esta licenciatura reforça a nossa aposta na área da saúde, aproveitando também a possibilidade que o PRR dá para a abertura de novos cursos”, explica o reitor.

Para Amélia Silva, diretora da licenciatura em Ciências Biomédicas, esta será uma mais valia para a UTAD, até porque “é um curso com muita procura, não só em termos nacionais, mas também europeus, pelas valências que os alunos adquirem”.

“É a primeira instituição a criar esta licenciatura a nível da região norte, o que quer dizer que os alunos oriundos desta região não tenham que se deslocar para Coimbra ou ainda mais a sul.

Numa altura em que o número de alunos decresce, todas as instituições procuram melhorar a sua oferta educativa e este é um desses casos. Este curso é muito importante para a UTAD, a procura é imensa, só no ano passado havia 1600 candidatos para pouco mais de 200 vagas a nível nacional”, conclui a diretora.

Amélia Silva acredita ainda que, com a implementação desta nova licenciatura “a UTAD irá melhorar alguns aspetos como laboratórios, por exemplo, que vão ajudar na implementação do ambicionado curso de medicina”.

Cultura e Transformação Digital é a licenciatura que se propõe capacitar os futuros estudantes para a utilização da realidade virtual e das ferramentas digitais como forma de promoção e divulgação dos bens culturais, nomeadamente no âmbito do património.

Assegurar a gestão, a preservação, o arquivo e a divulgação de diferentes acervos documentais e criar diferentes conteúdos para a implementação digital em ambientes culturais e patrimoniais são outros dos desafios desta nova oferta da UTAD.

Para o reitor da instituição, a aposta nesta área é “uma resposta à proposta macro feita pelo Governo no âmbito do Plano de Resiliência e Recuperação (PRR). Uma das apostas do PRR é precisamente a aposta na transformação digital e esta licenciatura surge como um reforço a esse Eixo.

Orquídea Ribeiro, diretora da nova licenciatura, explica que a licenciatura “foi pensada para os dias de hoje. Já antes do Covid a União Europeia estava a abrir “calls” para a submissão de projetos na área da criatividade e da transição para o digital, entre outras”.

A docente lembra ainda que “a UTAD já tem estado envolvida em atividades que promovem a transição para o digital na área da cultura em vários espaços do norte de Portugal, ajudando na formação de algumas pessoas que já estão no mercado de trabalho neste setor.

Orquídea Ribeiro assume que na base da criação do curso “esteve o Plano Estratégico delineado pelo Reitor, virado para a transformação digital, foi inspirador”. Uma inspiração que conta com uma grande vantagem, é que esta licenciatura, com as valências que apresenta, “é única em todo o norte de Portugal”, acrescenta a diretora.

O leque de profissionais que esta licenciatura pode colocar no mercado somado à área de implementação da universidade, deixam acreditar que esta licenciatura tenha “muita procura logo na primeira fase”, afirma a diretora que sublinha ainda outra vantagem, “é um curso muito prático, pensado para que os alunos saiam da sala de aula e possam aprender com a vivência prática.

Com a duração de três anos, estes novos cursos vão ter disponíveis cerca de 40 vagas já este ano, um número que o reitor Emídio Gomes considera “claramente tangível”.

“Se não preenchermos 100% das vagas falhamos, não há volta a dar. O objetivo é esse, no final das três fases dos concurso nacional”, conclui.