Nem os que por cá nascem conhecem de forma aceitável.
Os que por lá estão, nos grandes centros urbanos, desconhecem completamente.
O interior é um território desconhecido e longínquo do coração.
Porque não se ama o que se desconhece!
Há uma parte de Portugal que não é ensinado nas escolas. O presente atrativo e moderno do interior é completamente esquecido nos diversos níveis de ensino.
É uma parte de Portugal que já não existe na vida de milhões de portugueses.
Por completo e absoluto desconhecimento: da realidade, das vivências e das potencialidades e qualidade de vida!
Há milhões de crianças e jovens que conhecem muito pouco da ruralidade, por não lhes ter sido permitido viver experienciando esse contexto, embora saibam do seu contributo insubstituível para a sustentabilidade ambiental e sobrevivência humana.
Mas podemos melhorar as coisas.
Fazer do interior e do seu repovoamento e reabilitação económica e social um tema obrigatório nas escolas, desde muito cedo.
Permitir o conhecimento concreto e vivido das aldeias, vilas e cidades do interior.
Realizar estágios nas organizações e empresas com atividade no interior.
Concretizar a visitação escolar de grande número de crianças e jovens ao interior.
Dar a conhecer, a descobrir e a explorar estes territórios a uma enorme massa humana de portugueses.
É possível amar o que se conhece!
Numa visão a 50 anos para o interior e com um olhar para o futuro.
Não se fixa ninguém no interior sem que sinta vontade própria.
Nem os que por cá nascem podem sentir mais afeto e vontade de para cá regressarem, nestes territórios que não conhecem bem e que sabem estar em depressão demográfica.
Um território num ciclo vicioso de esvaziamento – por não haver emprego, ficamos sem pessoas. Não há pessoas, as empresas dificilmente se instalarão cá!
Os Municípios podiam, com apoio do poder central, iniciar o processo ou programa de conhecer e viver o interior. Com estágios, visitas, emprego temporário, etc.
Todos, pelo menos uma vez, teriam a oportunidade de estar e descobrir estes lugares extraordinários de Portugal.
Já aconteceram no passado experiências profissionais marcantes. Alguns nunca mais de cá saíram!
Aprenderam a respeitar e a amar a periferia de um país litoralizado há muito tempo.
Porque as conhecemos muito bem. Somos uns privilegiados por isso. Amamos estas Terras.
Não desistiremos delas nunca!
A coesão territorial faz-se com as pessoas e não vai acontecer só com intenções, é preciso agir com a visão de longo prazo.
Lutar pelo Interior é querer Um Portugal Inteiro - com futuro!