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Sinais contrários

Por Emídio Gomes, Prof. Catedrático da UP e Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte Tivemos, nos últimos dias, sinais estranhos e sentimentos contraditórios que dão que pensar. Por um lado, enorme alegria de poder provar que é possível ter uma multidão de mais de meio milhão de pessoas, de vários países e ao longo de quatro dias, a dar uma notável lição de civismo durante o evento que projetou a imagem de uma região para o mundo. E alguns anos depois de um longo interregno, estamos confiantes de que o que passamos para dentro e para fora é positivo. Tudo isto somente alguns dias após tristes e lamentáveis acontecimentos, uns à saída de um estádio, outros sob o olhar seguramente aterrorizado da estátua do Marquês. Leio e releio os dados estatísticos do INE relativos à balança do comércio internacional de bens dos últimos dois anos e do primeiro trimestre de 2015. Mesmo com a ressalva das estimativas com base na sede das empresas, verificamos que a região do Norte de Portugal contribuiu com um saldo positivo de mais de cinco mil milhões de euros em 2013, que este valor cresceu 400 milhões de euros em 2014 e que a projeção para 2015 aponta já para um valor acima dos seis mil milhões de euros. E ficamos muito animados, até porque todos nos dizem que o caminho é mesmo este. Mas depois vêm os dados do Eurostat e, afinal, a região até está comparativamente um pouco mais pobre, com menos de 60% do rendimento per capita da região mais rica que, paradoxalmente, aumentou no mesmo período o seu saldo negativo da balança do comércio internacional de bens para valores superiores a dezasseis mil milhões de euros. O porto de Leixões bate records sucessivos de movimento de carga, aproximando-se rapidamente do seu limite de capacidade. É uma notícia muito positiva, em especial porque este é um porto fundamentalmente virado para a exportação de bens. E do que é que ouvimos falar? De um investimento gigante num novo porto no sul do país, para substituir um outro da margem oposta do rio, que não se aproxima, nem de perto, dos níveis de atividade de Leixões. Um investimento ora privado, ora tendencialmente privado que, com o tempo, será tendencialmente público. Motivos para surpresa com estes sinais contrários? Ou apenas assistimos à confirmação do rumo que o país escolheu e a que muitos assistem com indiferença?

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