Opinião

Para que serve um sítio Património Mundial?

Os 20 anos do Douro Património Mundial, que hoje celebramos com tanto agrado, são reflexo de um notável e valoroso caminho não apenas trilhado nas últimas duas décadas. Sustentado na base da aprendizagem institucional e na requalificação do território, é um percurso suscitador de um sentimento de orgulho junto de quem o percorreu e ao qual se coloca a exigência de não terminar aqui.

A base da aprendizagem revelou-se transversal a todas as organizações, desde a CCDR-NORTE, às autarquias, à CIM Douro, às entidades da sociedade civil, às empresas e às universidades, agora munidas de ferramentas mais eficazes neste capítulo do que há 20 anos atrás. A riqueza desta experiência para todas as instituições reflete-se na aprendizagem de formas de trabalhar, no know-how e na dimensão das relações institucionais entre elas, que saem fortalecidas, melhor articuladas e abastecidas de maior confiança, sem prejuízo de terem o seu espaço para melhorar e crescer num futuro que se augura promissor.

A base da requalificação não assume, certamente, menor relevância na retrospetiva destas duas décadas. Nessa matéria, o extenso património do Alto Douro Vinhateiro apresenta hoje um estado de conservação e qualificação sobremaneira superior ao passado, que lhe permite afirmar-se na conjetura mundial como espaço e marca de excelência em todos os campos: da cultura, do turismo, dos produtos, da natureza e do desenvolvimento humano.

Mas, afinal, para que serve um sítio Património Mundial? A resposta a esta pergunta reside num conceito muito claro: a valorização do território em causa, em concreto daquilo que nele é feito e da população que nele se encontra. O título de Património Mundial encerra em si uma forte componente de exigência, mas também de um reconhecimento ao qual estão associados valores. É na preservação destes valores e na ampliação desse reconhecimento que encontramos o caminho de valorização do território, objetivo último desta distinção.

Realizada a primeira conferência relativa às comemorações dos 20 anos do Douro Património Mundial, é importante relevar que, depois desta, outras se seguirão, com periodicidade mensal e com ênfase em diversos temas: ciência e evolução, focada no conhecimento; alterações climáticas, numa perspetiva de adaptação; o Douro como destino turístico sustentável, pela união do valor e da sustentabilidade; cultura e criatividade, por um Douro fruído e reinventado na dimensão cultural; desenvolvimento humano e demografia, pela criação de condições de atração e fixação da população; e marketing territorial, numa lógica de promoção eficaz do produto.

Sendo certo que o caminho que até aqui trilhamos não nos poupou a dificuldades e obstáculos exigentes, há um adágio duriense que nos ensina uma importante lição de perseverança: “se formos capazes de fazer chão, faremos um caminho sólido para andar”. É com este futuro que estamos comprometidos.

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