Visitável até 30 de abril, “Animalítica” leva-nos numa viagem pela obra de Miguel Torga, inspirada na revolta do autor transmontano contra o analfabetismo.
Artista português, nascido em Barcelos em 1965, Emílio Remelhe tem como formação a pintura e leciona ilustração, desenho, escrita criativa e narrativas. A sua atividade inclui artes plásticas, cenografia, desenho, ilustração e literatura, mais precisamente em ficção, poesia e teatro. Expõe coletivamente desde os anos oitenta e individualmente desde os anos noventa.
Este sábado, inaugurou a exposição “Animalítica”, que aponta como sendo uma união entre o desenho e a escrita a partir de recursos líticos, linguísticos e narrativos, ou seja, um conjunto de imagens e textos com ligação à obra de Miguel Torga. Assumindo assim, como inspiração, algo peculiar do poeta de São Martinho de Anta, a sua reconhecida revolta contra o analfabetismo, uma vez que para além deste o considerar humanamente indigno, encontrava nele um obstáculo à compreensão da sua obra. Ainda que, por antagonismo, muitos daqueles com quem o escritor privava, eram efetivamente os que não a poderiam ler.
“Animalítica propõe e articula diferentes temas, centrando-se na descoberta de uma ‘presença alfabética na paisagem granítica’. Apelando à observação da realidade e à imaginação, convocando a memória coletiva e individual, envolvendo ferramentas culturais e sociais básicas – como falar, escutar, ler, escrever, contar, desenhar, etc. É uma exposição para nos interpelar e devolver, por outros atalhos, à contínua leitura de Torga”, afirmou Emílio Remelhe no momento da inauguração.
A exposição está disponível para visitação até ao dia 30 de abril de 2022, com entrada livre, na sala de exposições temporárias do Espaço Miguel Torga.