Opinião

Douro: o futuro continua a ser agora!

Passados que são 16 anos sobre a consagração do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade é sempre uma tentação, nesta altura do ano, começar a elencar o que foi ou não feito, listando projetos ou ações que trouxeram mais ou menos valor ao território.

Não valerá tanto a pena apontar os pontos fracos ou os fortes, as dificuldades, ou o potencial já de todos conhecido, mas parece-me bem mais interessante confrontarmo-nos com o presente e percebermos se os desejos, as vontades e outras necessidades de então ainda se mantêm, ou mesmo se perderam...

Desejávamos, então, que se efetivassem os compromissos assumidos pela Administração Central no que respeita à conectividade externa da região, designadamente, o IP4, o IP3, o IO2 e o IC5;

Desejávamos, então, que a rede urbana se densificasse, melhorando a conectividade interna regional e a ligação dos centros urbanos às principais vias estruturantes de mobilidade do País;

Desejávamos, então, a elevação dos níveis de satisfação de necessidades básicas e dos padrões de qualidade de vida, sobretudo nos principais aglomerados, reforçando a concentração demográfica.

Haverá muitas outras necessidades e desejos mas estes eram, sem dúvida, dos mais importantes.

Atente-se que hoje, 54% da população vive em freguesias urbanas, quando em 1991 viviam 43%. Existe um acesso generalizado da população aos serviços públicos e aos serviços de interesse geral. O problema, o verdadeiro problema com que  nos debatíamos, continuou e agravou-se. Nestes quase trinta anos, a população reduziu-se em quase 91 mil habitantes, cerca de 19%.

O envelhecimento não constitui o mesmo problema do passado ou do futuro: ter hoje 65 anos é diferente do que ter esses mesmos 65 anos há 30 anos ou daqui a 30 anos. É possível alterar a atual situação demográfica. É preciso aprender com as políticas públicas e as boas práticas de outros países, como a França onde se registaram progressos substanciais.

Houve a oportunidade e gosto em trabalhar numa das regiões mais pobres do País, que por sua vez, era das mais pobres da Europa. Faltava tudo de praticamente de tudo, na educação, na saúde, no apoio aos idosos e à infância, na mobilidade, na habitação. Fez-se de tudo e quase tudo foi feito.

Os vinhos do Douro dispõem de qualidade e de reconhecimento internacional dificilmente comparáveis em Portugal. O Douro Vinhateiro é Património da Humanidade. O vinho deixou de ser só vinho e passou a designar território.

Estamos conectados com a principais redes de conhecimento da Europa e do Mundo. Não estamos na periferia. Somos das regiões mais centrais de um País, esse sim, periférico quando se tem como referência a Península Ibérica ou o Centro da Europa. A geografia não nos condena, assim saibamos criar as condições infraestruturais para não nos condenar.

Importa pensar e fazer futuro. Outras regiões o estão a fazer também. Se não o fizermos, ficaremos para trás e ficar para trás é condenarmo-nos à irrelevância.

O desenvolvimento económico de hoje e do futuro assenta em processos produtivos intensivos em conhecimento e tecnologia e noutros fatores dinâmicos de promoção da competitividade como o marketing.

Aquilo que parece não ser propriamente o mais inovador num dado território ou numa dada escala espacial, pode-o ser noutro território ou noutra escala espacial. As políticas públicas não têm ainda reconhecido, convenientemente, essas diferenças.

É nesse esforço de inclusão com respeito pelas diferenças que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte tem vindo a trabalhar...

“O caminho faz-se caminhando...” como dizia o poeta.

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