O Dia Nacional da Cultura Científica, que se comemora anualmente a 24 de novembro, pretende reforçar o papel da Ciência nas mais diversificadas vertentes da sociedade atual, desempenhando um papel educacional assinalável.
Na verdade, o desejo incessante de compreensão do mundo ao nosso redor é um atributo nato e diferenciador do ser humano, que lhe trouxe grandes vantagens evolutivas e competitivas, embora nem sempre pelas melhores razões.
O avanço no conhecimento promove a inovação e o desenvolvimento tecnológico, assim como suporta a tomada de decisão e a governança nos mais diversos contextos, pilares fundamentais de desenvolvimento socioeconómico e bem-estar das populações. Com efeito, a história demostra que o nível de conhecimentos científicos de uma dada sociedade está fortemente correlacionado com a sua prosperidade.
Não obstante, a cultura científica deve também promover uma aprendizagem sustentada na valorização das questões ambientais e da sustentabilidade ambiental, a médio e longo prazo, das atividades humanas.
A crise climática atual enfatiza a importância que a investigação científica pode ter, quer na adaptação dos vários setores socioeconómicos às mudanças climáticas em curso, quer na mitigação das emissões de gases com efeito de estufa que estão na sua génese.
As necessárias transições societais (climática, energética, digital, entre outras) requerem conhecimentos altamente especializados, que resultam de atividades de investigação científica fundamental e aplicada, intrinsecamente demoradas e continuadas, porque exigem a persistência do investigador na procura de respostas e soluções.
A recente situação pandémica Covid-19 e o papel chave que a investigação científica desempenhou para ultrapassar esta grave ameaça à saúde pública global são um exemplo paradigmático, não apenas da Ciência ao serviço da Humanidade, mas também da forte interdependência entre o futuro da Humanidade e o desenvolvimento científico. Não há Humanidade sem Ciência!