Sociedade Vila Real

Confraria do Covilhete quer projetar a iguaria e as potencialidades da região

[caption id="attachment_843" align="alignleft" width="300"]Os Covilhetes, iguaria tradicional de Vila Real Os Covilhetes, iguaria tradicional de Vila Real/ Foto: Salomé Ferreira[/caption] A Confraria do Covilhete foi formalmente criada no mês de julho, em Vila Real, com o objetivo de promover e divulgar a famosa iguaria transmontana. A organização conta já com 16 subscritores e espera atingir até ao natal os 40 confrades. A certificação do produto já foi lançada pela autarquia. Com mais de 200 anos de existência, o covilhete já não é novidade para grande parte das pessoas. No entanto, continua a ser uma das iguarias mais identificativas e procuradas da gastronomia vila-realense. Mas afinal o que é o covilhete? O professor Hilário Oliveira, primeiro subscritor da confraria, explica: “é uma empada confecionada com a nossa carne de vitela maronesa, envolvida numa massa feita de trigo”. “O que começou a ser servido numa barraca, num momento de feira, por ser uma iguaria tão boa começou a ser divulgada e produzida nos restaurantes da região”, acrescenta o membro da confraria ao falar da história deste produto gastronómico. Estes pequenos folhados de carne devem o seu nome à pequena forma de Barro Preto de Bisalhães em que iam ao forno antigamente. A tradição dos covilhetes já é antiga, sendo que já eram servidos na Feira de Santo António, do Senhor do Calvário e da Senhora da Almodena, altura em que eram comercializados em barracas montadas para o efeito. Mas foi a partir dos anos 60 que esta iguaria ganhou destaque na ementa dos restaurantes, acompanhada de arroz de forno e servida na louça preta do Barro de Bisalhães. No século XX, já havia pessoas que os confecionavam em casa e vendiam nas ruas da cidade. “A confraria nasce da potencialidade do covilhete”, revelou Hilário Oliveira. O objetivo desta organização “é promover, divulgar e pôr toda a gente a comer covilhete que é uma iguaria que queremos transportar para a nossa entidade transmontana difundida pelo mundo”, explicou ao VivaDouro. Na opinião de Rosa Cramez, produtora e confrade, esta confraria “é uma mais-valia no sentido de divulgar uma região e os produtos de excelência que ela tem”, declarou. [caption id="attachment_844" align="alignleft" width="300"]Confecção dos Covilhetes/ Foto: Salomé Ferreira Confecção dos Covilhetes/ Foto: Salomé Ferreira[/caption] De acordo com o 4.º artigo do seu estatuto, esta associação pretende ser “um forte e decisivo polo dinamizador do covilhete e dos produtos culturais e gastronómicos a ele associados”, desta forma, Rosa Cramez explica que o objetivo é “mesmo esse, dar a atenção ao todo, ao produto que queremos promover mas depois atrás dele promover uma região”, comentou. Assim, a ideia é aliar a promoção do covilhete a outros produtos regionais, como servem de exemplo o Barro Preto de Bisalhães, candidato a património Imaterial Cultural da Unesco e os vinhos da região. O produto já é conhecido há centenas de anos, principalmente a nível regional, no entanto, os produtores sentem que vem muita gente de fora da região à procura da iguaria, uma vez que também faz parte do roteiro turístico de Vila Real. Hilário Oliveira estima que os restaurantes com mais dinâmica e com mais afluência de turistas vendam mais de 1000 covilhetes por dia. Com uma produção diária de centenas de covilhetes, a iguaria transmontana ocupa o terceiro lugar entre os produtos mais vendidos no estabelecimento de Rosa Cramez. De acordo com Hilário Oliveira, com a criação da confraria, as vendas de covilhetes têm aumentado cerca de 20% em alguns casos, “é sinal que o covilhete é um produto já com uma dinâmica, com um certo poder que cada vez será maior”, declarou. A associação pretende ter uma equipa heterogénea e completa, “todos os confrades que venham ter connosco são muito bem-vindos, queremos sobretudo pessoas com uma paixão comum: Vila Real, a sua história e o seu património”, afirmou Hilário Oliveira. A confraria encontra-se neste momento a ultimar alguns pormenores, entre eles a escolha do traje, que Hilário Oliveira considera que deve ser “identificador quer do covilhete quer da região”. No que diz respeito ao logótipo da confraria, vai ter presente o “Alleo” (espécie de espada), utilizado por D. Pedro Meneses, vila-realense, na luta por Ceuta, que acabou por vencer. Hilário Oliveira considera o covilhete “o Alleo dos tempos modernos”. Em relação a planos para o futuro, até ao natal pretendem fazer o primeiro lançamento da confraria e tentar atingir os 40 confrades até essa data, “mas o grande evento será nas Festas de Santo António de 2016 onde pensamos ter a entronização de mais umas dezenas de confrades”, revelou Hilário Oliveira.  

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