É uma resposta de proximidade para os idosos que se encontre em situação de vulnerabilidade, especialmente, isolamento, situação de doença crónica ou com problemas de mobilidade.
O auxílio aos idosos referenciados, que vivam em situação de vulnerabilidade, está agora à distância de um clique num dispositivo eletrónico que faz ligação automática e imediata com a Guarda Nacional Republicana (GNR), graças ao protocolo de adesão ao projeto E-Guard – Sistema de Teleassistência e Monitorização assinado entre a Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães e a GNR.
Com início imediato, e depois de terem sido identificados os idosos que vão receber os aparelhos, os beneficiários passam a ter acesso, 24 horas por dia, a um sistema de teleassistência e monitorização que permite a localização e chamada direta para o comando da GNR.
Ao acionar o aparelho o beneficiário desencadeia um processo “e recebe uma resposta especializada do outro lado da linha”, explica o Coronel Lobo de Carvalho Comandante do Comando Territorial de Bragança (CTer Bragança) da GNR. “Permite , por exemplo, acionar uma emergência em situações de queda, ou então, no caso de algum cidadão que tenha alguma doença de demência e que ultrapasse um perímetro previamente definido, a aplicação avisa da transposição desse limite geográfico e haverá logo lugar a uma resposta de emergência, evitando desaparecimentos”, continua.
São exemplos da aplicabilidade do aparelho que vai ser entregue aos idosos, sempre pelos técnicos de Ação Social do Municipio e por agentes da GNR que vão fazer um acompanhamento próximo dos beneficiários, ajudando-os a familiarizarem-se com o aparelho, apesar da sua simplicidade, e alertando-os para o facto de necessitar de carregamento. “Em caso de esquecimento quanto o aparelho atinge os 20% de limite de bateria a GNR também recebe um alerta”, acrescenta, garantindo assim os agentes a funcionalidade do sistema.
O Presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães, João Gonçalves, refere que este projeto da GNR “caiu como uma luva” na estratégia de Ação Social definida pelo município. “O nosso concelho, como tantos outros, sofre de graves problemas, o envelhecimento, 1/3 dos nossos residentes têm mais de 65 anos, a baixa densidade populacional, somos 5400 residentes distribuídos por 300 Km2 e a mobilidade, que nem sempre é fácil no meio rural”. E é com base neste retrato que o município tem investido cada vez mais no setor social. “Há oito anos atrás tínhamos apenas um técnico superior nos Serviços de Ação Social”, referiu sublinhando que a necessidade de respostas obrigou a autarquia a procurar mais recursos especializados e atualmente os quatros do município integram mais de oito técnicos diretamente ligados aos serviços do Sector Social.
“Aproveitamos também os programas que vão surgindo, estabelecemos protocolos para dar respostas diversas à nossa comunidade, seja por vulnerabilidade económica e social, seja por doença”, refere o autarca.
Este projeto tem ainda uma componente muito importante de combate à solidão com benefícios também a nível emocional e de saúde mental. Cria estabilidade, confiança e segurança, que são fundamentais para o bem estar dos idosos.
Também ajuda as pessoas em situação de dependência na manutenção da sua autonomia num quadro de normalidade, permanecendo no seu domicílio e desfrutando da mais-valia da integração numa comunidade local.
A identificação dos idosos foi feita com o apoio de um outro projeto o Radar Social, com objetivos que se complementa. É destas parcerias, cooperação entre projetos, diálogo constante entre entidades, que as resposta sociais podem resultar de forma mais efetiva e eficiente.