Opinião

A premência do combate à seca e à desertificação

As Nações Unidas proclamaram em 1995 o Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação, que é celebrado anualmente a 17 de junho, pela resolução A/RES/49/115 da Assembleia Geral das Nações Unidas de 30 de janeiro de 1995, e que surge na sequência da redação do tratado internacional “Convenção para o Combate à Desertificação”. Esta celebração tem como objetivo fulcral a sensibilização da sociedade em geral para a necessidade premente de definição de políticas e estratégias de combate à desertificação e à seca, bem como à redução dos riscos associados e aos seus impactos ambientais e socioeconómicos. Com efeito, as alterações climáticas projetadas para as próximas décadas constituem uma incontestável ameaça à sustentabilidade dos recursos hídricos em vastas regiões do globo. Estas alterações estão associadas a modificações nos padrões atmosféricos à escala global, tratando-se, por conseguinte, de um problema que exige coordenação internacional, ainda que suportado por soluções locais, que devem visar a adaptação às alterações climáticas em curso, mas também contribuir para a mitigação das emissões de gases de estufa, que estão, como é largamente reconhecido, na origem desta problemática.

Em Portugal, a diminuição da precipitação, associada a uma dilatação temporal das condições meteorológicas de verão, será um dos efeitos mais notórios. O agravamento da secura, potenciado por temperaturas mais elevadas e ondas de calor, será uma realidade. Nesse sentido, a gestão eficiente dos recursos hídricos será umas das tarefas mais complexas que teremos pela frente. As secas meteorológicas, agrícolas e hidrológicas serão mais frequentes e severas num clima futuro, potenciando um agravamento dos prejuízos ambientais e socioeconómicos. Acresce ainda que o aumento do consumo de água pelas atividades humanas não será sustentável a médio prazo, podendo gerar conflitos setoriais. Será, pois, indispensável prever atempadamente inevitáveis situações de rotura no acesso à água, mitigando vulnerabilidades e riscos para as populações, para o ambiente e para a economia em geral. Será indispensável a tomada de medidas quer ao nível do armazenamento de água quer ao nível da sua poupança, preferencialmente articuladas no seio de entidades intermunicipais, nacionais e ibéricas, já que a água não conhece fronteiras. No sentido de atenuar a escassez e a sazonalidade dos volumes de água disponíveis, assim como os riscos associados a eventos extremos, deverá ser encetado um planeamento cuidado de novas reservas de água, que preservem os ecossistemas e a biodiversidade. Uma boa estratégia passará sempre pela diversificação de formas complementares de armazenamento, mas reforçadas por opções e políticas de poupança efetiva de água. Uma avaliação rigorosa dos consumos de água, acompanhada de uma análise custo-benefício, bem como uma maior eficiência no seu uso, serão determinantes para o sucesso da adaptação de Portugal às alterações climáticas, no combate à seca e à desertificação.

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